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Pesquisa IDEIES mostra queda no faturamento das indústrias: FINDES cobra reformas já
A pesquisa divulgada no final de junho pela Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) mostra que a pandemia atingiu fortemente as empresas do Espírito Santo.
Esta foi a maior pesquisa já realizada no Estado. O levantamento foi realizado pelo Ideies, o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo, para captar as impressões dos industriais capixabas. Foram ouvidas 383 empresas em todos os municípios do Estado
De acordo com o levantamento, o faturamento de 73% das empresas no Estado apresentou queda devido à pandemia. Entre essas empresas, 57% relataram quedas superiores a 30%. A queda no faturamento levou à redução de carga horária e salário e a desligamentos. A pesquisa também diz que quase metade, ou 43%, já tiveram de reduzir o quadro de colaboradores.
“Fica claro que o impacto da crise foi avassalador para toda a economia. De 2015 até o momento, o PIB do brasil decresceu perto de 4%, enquanto o mundo cresceu 15%, e os emergentes cresceram 25%. O prejuízo é grande e suas consequências também”, comentou o presidente da Findes, Léo de Castro.
Ele também chamou a atenção para o problema de acesso ao crédito. “60% das empresas que precisaram do crédito não conseguiram ter acesso. Isso revela a complexidade do Sistema Financeiro, apesar de todo esforço feito pelo Governo Estadual e Federal”, ressaltou.
Os dados sobre os empregos também foram abordados. Segundo Léo, em dois meses, basicamente março e abril, nós extinguimos o mesmo número de postos de trabalho que foram criados no ano passado. “Devolvemos todo esforço que foi feito pelo Estado e pelas empresas em 2019. Isso sem considerar maio”.
A pesquisa mostra que 76% das empresas pesquisadas estão trabalhando com o volume de produção abaixo ou muito abaixo do esperado, 37% das empresas relataram não operar com estoques. Entre aquelas que operam com estoques, 57% estão operando com estoques abaixo ou muito abaixo do planejado/desejado durante esse período de pandemia.
Diante desse cenário, os investimentos foram reduzidos. Das entrevistadas, 77% das empresas haviam planejado investir no primeiro semestre de 2020, entre elas, 28% adiaram os investimentos para depois de 2020 e 17% adiaram para o segundo semestre deste ano; 21% cancelaram os investimentos e 25% realizaram parcialmente os investimentos planejados para o primeiro semestre de 2020. Apenas 10% dessas empresas realizaram os investimentos como planejados.
“Acreditamos que esse momento também provocou um avanço em algumas questões. A principal delas, sem dúvidas, foi a transformação digital. Além disso, esse desafio também pode ser um acelerador para avançarmos em uma agenda que é fundamental para o país”, destacou.
A presidente eleita da Findes, Cristhine Samorini, reforçou que a Federação continuará tratando as agendas prioritárias com a máxima dedicação para que o Estado e o País se desenvolvam. “Diante dos dados, o impacto é muito acima do que estava previsto. O esforço será grande para apoiar o desenvolvimento do Estado e principalmente as pequenas e microempresas, que terão mais dificuldade para se recuperar”, pontuou.
“Essa é a sétima pesquisa que o Ideies realiza com os empresários, mas também é a mais completa. Os números só reforçam a necessidade de avançarmos nas reformas estruturais. O Brasil precisa crescer, para que o Espírito Santo também cresça”, destacou o economista chefe da Findes e diretor executivo do Ideies, Marcelo Saintive.