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14 maio 2019

Seis em cada 10 pessoas dizem que reforma da previdência é necessária, revela pesquisa da CNI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seis em cada dez brasileiros (59%) consideram necessária a reforma da Previdência. A percepção de que as mudanças são imprescindíveis é maior entre os homens, os que têm ensino superior e renda familiar superior a cinco salários mínimos, informa a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Reforma da Previdência, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Há uma consciência de que a reforma precisa ser feita. A economia está andando para trás. Está claro que, se não resolvermos este tema, teremos problemas com investimentos, empregos, bem-estar”, avalia o presidente da Findes, Leo de Castro.

Ele ainda cita os dados de outras pesquisas, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), feita em fevereiro, na qual 4,3% da população se mostrava a favor da reforma da Previdência. “Os números da CNI dizem respeito à realidade de abril. Então, em dois meses, a percepção dessa necessidade cresceu bastante”, completa.

De acordo com o levantamento, 63% dos homens dizem que é preciso reformar a Previdência. Entre as mulheres, o percentual cai para 54%. As mudanças são necessárias para 68% dos entrevistados com ensino superior e para 73% dos que têm renda familiar acima dos cinco salários mínimos. A reforma também tem o apoio da maioria dos que ganham menos e com menor grau de escolaridade: 52% dos que completaram até a quarta série do ensino fundamental e 51% e dos que recebem até um salário mínimo acreditam que o sistema precisa mudar.

“A maioria da população já reconhece que a reforma da Previdência é indispensável para o país”, afirma o presidente da CNI em exercício, Paulo Afonso Ferreira. Ele destaca que as mudanças na Previdência são urgentes e imprescindíveis para assegurar o pagamento futuro de milhões de aposentados e beneficiários do sistema e para garantir o equilíbrio das contas públicas.

“As mudanças no sistema atual de aposentadorias são essenciais para incentivar o retorno dos investimentos, do crescimento sustentado e da necessária modernização do país”, acrescenta Ferreira. “Se o país não resolver a questão do déficit da Previdência, a sociedade terá que arcar com os custos de elevação da carga tributária e com a falta de recursos para áreas em que a atuação do setor público é fundamental, como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Todos os brasileiros serão prejudicados”, alerta o presidente da CNI em exercício.

No entanto, apenas 36% da população conhecem a proposta do governo em tramitação no Congresso Nacional.  Entre essas pessoas, só 6% dizem ter amplo conhecimento do texto e 30% conhecem os principais pontos. Entre os que dizem conhecer o texto, 51% são contra e 39% são a favor a proposta.

A pesquisa mostra ainda que 83% dos brasileiros não estão dispostos a pagar mais impostos para manter o atual sistema previdenciário. E mais: 59% dos entrevistados defendem que o problema da falta de dinheiro da Previdência deve ser resolvido com mudanças nas regras de aposentadorias e pensões.

Para 33% dos brasileiros, as regras deveriam mudar apenas para quem ainda não contribui para a Previdência. Outros 26% dizem que o sistema deve mudar para quem já contribui, mas ainda não se aposentou, enquanto que apenas 21% defendem a manutenção das regras atuais e que o dinheiro necessário para cobrir o déficit deveria vir do aumento dos impostos.

IGUALDADE DE DIREITOS – Oito em cada dez brasileiros (79%) sabem que as regras de aposentadoria não são iguais para todos, e sete em cada dez pessoas concordam que a existência de regras diferentes prejudica o restante da população. Entre os entrevistados, 71% concordam total ou parcialmente que todos deveriam estar sujeitos às mesmas normas, enquanto que 26% discorda da igualdade das regras de acesso à aposentadoria.

Mas quando perguntados sobre manutenção de regras diferentes de alguns grupos, 62% concordam que as mulheres tenham normas diferentes das dos homens. A maioria dos brasileiros também defende que os trabalhadores rurais tenham aposentadorias diferentes dos urbanos, que professores, policiais e militares tenham regras diferentes das dos demais profissionais.

Além disso, cresce a percepção sobre a necessidade de o Brasil estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria, um dos principais pontos da reforma em tramitação no Congresso. Nesta pesquisa, 72% disseram que são a favor da idade mínima, número maior do que os 65% registrados em 2016. “Os resultados indicam que a população está criando cada vez mais consciência da necessidade de uma idade mínima de aposentadoria, posto que as pessoas estão vivendo cada vez mais tempo”, diz a pesquisa.

Também está aumentando a percepção de que os brasileiros se aposentam mais cedo do que em outros países. Em 2015, 18% acreditavam que no Brasil as pessoas se aposentam mais cedo do que em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França. Esse percentual aumentou para 24% neste ano.

“Ou seja, essa percepção, que é a correta, cresceu 6 pontos percentuais entre 2015 e 2019, mostrando melhora do conhecimento da população quanto ao assunto”, avalia a CNI. A idade média de aposentadoria no Brasil é de 58 anos. Nos Estados Unidos, a idade mínima de aposentadoria é de 66 anos, na Alemanha e na Inglaterra, de 65 anos, e, na França, de 62 anos.

Mesmo assim, os brasileiros defendem a aposentadoria em idades muito baixas. Para 80% dos entrevistados, as pessoas deveriam se aposentar com 60 anos ou menos, enquanto que 19% defendem a aposentadoria com 61 anos ou mais.

Matéria originalmente publicada no portal da CNI.